• ABERTURA DO 1.º FÓRUM NACIONAL DOS HOSPITAIS


    O Ministério da Saúde abriu hoje, 27 de Novembro, oficialmente o 1.º Fórum Nacional dos Hospitais, numa cerimónia presidida pela Ministra da Saúde, Dra Silvia Lutucuta , que destacou o carácter histórico e inédito do encontro, destinado a reforçar a assistência hospitalar em Angola. O evento, realizado em Luanda, reuniu o Secretário de Estado da Saúde para a Área Hospitalar, Dr. Leonardo Inocêncio, o Representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Angola, Dr. Indrajit Hazarika, a Bastonária da Ordem dos Médicos, Dra. Jovita André, o Director Nacional dos Hospitais, Dr. Benedito Quinta, autoridades eclesiásticas, directores nacionais e provinciais de saúde, instituições académicas, organizações da sociedade civil e delegações oriundas das 21 províncias do país.
    Ao intervir na sessão de abertura, a Ministra sublinhou que a realização do Fórum responde à orientação estratégica do Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, cuja visão humanista e activa tem impulsionado soluções estruturantes para o sector.

    A governante frisou que os hospitais constituem um dos pilares essenciais do Sistema Nacional de Saúde, conforme previsto na Lei de Bases do sector, desempenhando funções críticas que exigem alinhamento metodológico entre o Órgão Central e os poderes locais.
    A Ministra recordou que, apesar das diferenças de contexto entre as unidades hospitalares, persistem desafios transversais que justificam a criação de plataformas de diálogo e de partilha de experiências.

    Neste sentido, o Fórum é apresentado como espaço de congregação da “família hospitalar”, reunindo gestores, médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica e outros profissionais de saúde comprometidos com uma atenção sanitária integral, eficiente e eficaz.
    Os temas em debate alinham-se com o Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário 2023–2027, com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e com a Estratégia Angola 2050. Entre os principais eixos destacam-se a qualidade da assistência médica e de enfermagem, a inovação tecnológica com recurso a inteligência artificial, a segurança e biossegurança hospitalar, a formação e especialização de recursos humanos, com a meta de 38 mil profissionais, a acreditação e certificação das unidades hospitalares, a informação epidemiológica e as métricas de avaliação da qualidade, bem como a articulação entre os níveis de atenção.
    A governante sublinhou que a consecução dessas metas depende de investimento contínuo na formação, disciplina institucional e envolvimento colectivo, comparando o sistema de saúde a uma máquina que só atinge máximo desempenho quando todas as suas engrenagens se encontram alinhadas. Acrescentou que o fortalecimento dos Cuidados Primários de Saúde e a melhoria das condições ambientais e de comunicação institucional são essenciais para permitir que os hospitais prestem cuidados de elevada qualidade.
    Durante o discurso, a Ministra destacou ainda o lema do encontro, “Cuidar com Qualidade, Inovar e Liderar com Evidência” , como reflexo do compromisso do Executivo com práticas baseadas em evidência científica, inovação tecnológica e valorização do capital humano. Sublinhou que o Programa de Formação e Especialização de Recursos Humanos em Saúde permanece uma prioridade estratégica, com o objectivo de dotar o país de profissionais altamente qualificados.

    No âmbito das comemorações dos 50 anos da Independência Nacional, o Fórum incorpora temas como assistência hospitalar especializada, biossegurança, investigação clínica, acreditação e certificação, e sistemas de monitorização da qualidade.

    A Direcção Nacional dos Hospitais trabalha actualmente para estabelecer orientações metodológicas funcionais que permitam melhorar o desempenho institucional e implementar, a curto prazo, as recomendações que emergirem do encontro.

    No mesmo acto, o Representante da OMS em Angola, Dr. Indrajit Hazarika, manifestou a honra da Organização em participar no primeiro Fórum do género no país, sublinhando que o encontro ocorre num momento decisivo para o sistema nacional de saúde. Segundo o especialista, Angola conta actualmente com 266 hospitais públicos, distribuídos pelos níveis terciário, provincial e municipal, oferecendo quase 45.000 camas hospitalares, incluindo camas de cuidados intensivos.
    Sublinhou que os hospitais não são apenas locais de tratamento especializado, mas sim o núcleo do sistema de saúde, apoiando a rede de referência e contrarreferência, os Cuidados de Saúde Primários, a formação de profissionais e a inovação. Destacou que sistemas hospitalares robustos aumentam a resiliência e salvam vidas, ilustrando este ponto com o caso de Domingas, uma mulher que enfrentou complicações graves durante o parto e que, graças à rápida transferência e ao atendimento qualificado prestado na Unidade Azancot de Menezes, sobreviveu e deu à luz uma menina saudável. Para o representante da OMS, “este exemplo demonstra que a qualidade dos cuidados não é apenas um conceito técnico, é uma questão de vida ou morte”.
    O Dr. Hazarika afirmou que todos aspiram a cuidados seguros, eficazes, equitativos e centrados no utente, reforçando a necessidade de melhorar a integração entre os hospitais e os Cuidados Primários. Destacou que sistemas bem articulados reduzem internamentos desnecessários e permitem que os hospitais concentrem os seus recursos nos casos mais complexos.
    O representante alertou ainda para o papel dos hospitais na preparação e resposta a emergências sanitárias, defendendo a sua ligação ao Centro de Operações de Emergência, aos sistemas de vigilância e às redes laboratoriais. Concluiu reafirmando o compromisso da OMS em trabalhar em estreita colaboração com o Ministério da Saúde para transformar as recomendações do Fórum em acções concretas, contribuindo para hospitais mais seguros, eficientes, integrados e resilientes, fundamentais para o avanço rumo à cobertura universal da saúde.

    No fecho da cerimónia, a Ministra da Saúde reiterou que os objectivos do Fórum visam alinhar a estratégia do Ministério com a prática hospitalar quotidiana, reforçar a supervisão, promover a liderança clínica baseada em evidências e consolidar uma cultura de inovação e qualidade. Sublinhou que o impacto esperado se traduzirá em serviços mais organizados, profissionais mais capacitados e utentes que recebem cuidados seguros, humanizados e resolutivos.
    Embora reconheça que o caminho a percorrer ainda é longo, a Ministra destacou os avanços registados nas áreas de infra-estruturas e recursos humanos. Enalteceu o esforço abnegado dos profissionais de saúde, muitas vezes exercido em condições adversas, elogiando a resiliência, dedicação e espírito de missão dos que trabalham diariamente para salvar vidas.
    Com estas palavras, declarou oficialmente aberto o 1.º Fórum Nacional dos Hospitais, expressando votos de que o encontro impulsione transformações positivas em todas as unidades hospitalares do país.

    FONTE: MINSA
Luanda, 27 de Novembro de 2025