• ANGOLA LANÇA CADERNO DE SAÚDE MATERNO INFANTIL EM BRAILLE PARA MULHERES COM DEFICIÊNCIA VISUAL


    O Ministério da Saúde de Angola, através da Direcção Nacional de Saúde Pública (DNSP), deu um passo significativo na inclusão e no acesso à saúde ao lançar, nesta sexta-feira, 21 de Novembro, o Caderno de Saúde Materno Infantil adaptado para mulheres com deficiência visual. A iniciativa, que visa garantir que gestantes com deficiência visual tenham acesso a informações sobre sua saúde durante a gestação e o pós-parto, foi formalmente apresentada em uma cerimônia realizada em Luanda, com a presença de autoridades nacionais e internacionais.

    O evento contou com a participação do Secretário de Estado para a Saúde Pública, Dr. Alberto Pinto de Sousa, que representou a Ministra da Saúde, Dra. Sílvia Lutucuta. Também estiveram presentes a Diretora Nacional de Saúde Pública, Dra. Helga Freitas, o embaixador do Japão em Angola, Dr. Hiroaki Sano, o representante da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), Dr. Satoshi Kadowaki, e diversos parceiros do Ministério da Saúde, incluindo a Toyota Angola, que desempenhou um papel fundamental na impressão dos cadernos adaptados.

    O principal objectivo do projecto é garantir que as mulheres com deficiência visual tenham acesso ao acompanhamento adequado durante a gravidez e no pós-parto. Com a implantação do Caderno de Saúde Materno Infantil em formato braille, as gestantes com deficiência visual poderão registar e consultar informações cruciais sobre sua saúde, como consultas médicas, exames realizados, e cuidados essenciais durante a gestação.

    Em seu discurso, o Secretário de Estado para a Saúde Pública, Dr. Carlos Alberto Pinto de Sousa, destacou a relevância do projecto, que também simboliza a cooperação entre os governos de Angola e Japão. "Este projecto é um marco importante na nossa luta para garantir que todas as mulheres, independentemente de sua condição, tenham acesso à saúde de qualidade. A implantação deste caderno em braille é uma ferramenta essencial para melhorar o acompanhamento de saúde das gestantes com deficiência visual e contribuir para a redução da mortalidade materno-infantil", afirmou o Secretário.

    O embaixador do Japão, Dr. Hiroaki Sano, parabenizou Angola pela iniciativa e reforçou o compromisso do Japão em apoiar a melhoria dos serviços de saúde no país. "A cooperação entre os nossos países é fundamental para alcançar um sistema de saúde mais inclusivo e acessível para todos. Estamos comprometidos em continuar a investir no desenvolvimento da saúde em Angola", disse o diplomata.

    Por sua vez, o representante da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), Dr. Satoshi Kadowaki, ressaltou que o lançamento do Caderno de Saúde Materno Infantil para mulheres com deficiência visual representa uma acção importante no fortalecimento dos cuidados primários à saúde no país. "A redução da mortalidade materno-infantil continua a ser um desafio em Angola. Ao apoiar esta iniciativa, acreditamos que podemos contribuir para um futuro mais saudável para as mães e crianças", afirmou Kadowaki, destacando também o trabalho da JICA em capacitar profissionais de saúde no país.

    A Toyota Angola, através da sua parceria com o Ministério da Saúde, também desempenhou um papel crucial no sucesso do projecto. O Diretor Nacional de Marketing da CFAO Motors Angola, Dr. Jun Amano, anunciou que a empresa contribuiu com a impressão de 35.500 cadernos de saúde materno-infantil, sendo 2.500 cadernos impressos em braille, destinados especificamente às mulheres com deficiência visual. "A Toyota Angola tem o compromisso de apoiar iniciativas sociais que promovam o bem-estar da comunidade. Este projecto é uma oportunidade de contribuir para um sistema de saúde mais inclusivo e acessível", afirmou Dr. Jun Amano.

    A cerimônia também foi marcada por um balanço dos avanços de Angola na área da saúde materno-infantil. Segundo dados do Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS 2023-2024), o país registrou progressos significativos nos últimos anos, com destaque para a redução da mortalidade neonatal de 24 para 16 mortes por cada mil nascidos vivos, a diminuição da mortalidade infantil de 44 para 32 por mil nascidos vivos, e a queda da mortalidade de menores de cinco anos de 68 para 52 por mil nascidos vivos. Essas melhorias são atribuídas a uma série de iniciativas, incluindo o reforço dos cuidados primários de saúde, a construção de novas unidades sanitárias e a contratação de mais profissionais de saúde.

    Dr. Pinto de Sousa reiterou a importância da expansão dos serviços de saúde no país, com um foco especial nas unidades de saúde de base. "A melhoria da infraestrutura de saúde e a formação contínua dos profissionais são essenciais para garantir que as gestantes e crianças recebam os cuidados adequados. O nosso objectivo é continuar a fortalecer os cuidados primários e aumentar o acesso aos serviços de saúde em todo o país", disse.

    Outro ponto destacado durante a cerimônia foi a expansão do programa de parto humanizado, que já está sendo implementado em várias províncias de Angola. O programa será expandido para mais áreas do país, com o objectivo de garantir que as mulheres tenham um parto seguro e respeitoso, com foco na humanização do atendimento.

    Com o lançamento do Caderno de Saúde Materno Infantil em braille, Angola dá um importante passo rumo à inclusão das mulheres com deficiência visual no sistema de saúde. A iniciativa não apenas contribui para o empoderamento das gestantes com deficiência visual, mas também reafirma o compromisso do país com a melhoria dos cuidados de saúde materno-infantil e a redução das desigualdades no acesso à saúde.

    Fonte: DCI/MINSA