O Ministério da Saúde, através da Direcção Nacional de Saúde Pública, realizou nesta quarta-feira, 8 de Outubro, o Workshop de verificação e validação dos instrumentos PEN-OMS, voltado para o fortalecimento da resposta nacional às Doenças Não Transmissíveis (DNTs).
A abertura do encontro foi presidida pela Diretora Nacional de Saúde Pública, Dra. Helga Freitas, que destacou que a iniciativa representa “um marco importante no fortalecimento dos cuidados primários de saúde e na resposta integrada às doenças crónicas mais prevalentes, como a hipertensão arterial, a diabetes mellitus e o cancro da mama”.
Segundo a responsável, as DNTs constituem um dos maiores desafios da saúde pública, com impacto direto na qualidade de vida das famílias, na produtividade e no desenvolvimento nacional. “Globalmente, as DNTs são responsáveis por mais de 70% das mortes prematuras”, afirmou, apontando as doenças cardiovasculares (17,9 milhões de mortes) como principal causa, seguidas das neoplasias (9,3 milhões), doenças respiratórias crónicas (4,1 milhões) e diabetes mellitus (2 milhões).
Em Angola, dados preliminares do Inquérito de Indicadores Múltiplos de Saúde 2023–2024, indicam que 12% das mulheres e 11% dos homens entre 15 e 49 anos vivem com hipertensão arterial, enquanto apenas 2% foram informados de apresentarem níveis elevados de glicemia.
Para responder a esta realidade, o país implementou o Plano Nacional de Prevenção, Apoio e Protecção às Pessoas com DNTs (2024–2025) e o Plano Estratégico Multissetorial de Prevenção e Controlo das DNTs (2025–2030), que promovem uma abordagem multissetorial, o acesso ampliado ao diagnóstico e tratamento, bem como a vacinação preventiva, incluindo a vacina contra o HPV.
Está igualmente em curso a criação da Comissão Nacional para a Implementação do pacote PEN-OMS e PEN-Plus, instrumentos que visam fortalecer a resposta às DNTs nos cuidados primários e secundários de saúde.
Durante dois dias, o workshop reúne técnicos e especialistas do Sector da Saúde para analisar protocolos, partilhar boas práticas e ajustar recomendações ao contexto nacional, consolidando uma base técnica comum para o controlo das doenças não transmissíveis em Angola.
Fonte: DCI/MINSA