• MINISTÉRIO DA SAÚDE REÚNE DIRECTORES NACIONAIS DE ENFERMAGEM EM CELEBRAÇÃO DOS 50 ANOS DE INDEPENDÊNCIA


    O Ministério da Saúde promoveu, nesta quarta-feira, 24 de Setembro, um encontro nacional com os directores de enfermagem de todo o país, numa iniciativa liderada pelo Complexo Hospitalar de Doenças Cardio-Pulmonares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, em parceria com os hospitais das províncias de Cabinda, Luanda e Cunene, e com a Ordem dos Enfermeiros de Angola.

    O evento, que decorreu sob o lema "Angola 50 anos – A Enfermagem nos 50 Anos de Independência: Desafios e Perspectivas com Foco na Qualidade", inseriu-se nas celebrações do cinquentenário da Independência Nacional e do mês dedicado ao Trabalhador da Saúde, reunindo profissionais para reflectir sobre o papel da enfermagem no Sistema Nacional de Saúde (SNS).

    Durante a cerimónia de abertura, o Secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Alberto Pinto de Sousa, destacou o contributo histórico dos profissionais de saúde na luta pela independência e na construção da paz.

    “Trata-se de um momento oportuno para reconhecer o esforço dos enfermeiros, que estiveram sempre presentes, tanto nos períodos de conflito como no processo de reconstrução nacional”, afirmou.

    O responsável homenageou figuras como o Dr. Américo Boavida, que tombou em combate em 1968, e o primeiro Presidente da República de Angola, Dr. António Agostinho Neto, cujos legados continuam a inspirar a classe médica e de enfermagem.

    O encontro também serviu para fazer um balanço da evolução da enfermagem em Angola desde 1975. Segundo dados apresentados pelo responsável, os primeiros enfermeiros foram formados com níveis básicos de escolaridade, e, ao longo dos anos, foram criadas 22 escolas de formação técnica, culminando, em 1979, com o surgimento do primeiro Instituto Médio de Saúde no Cuito, província do Bié.

    A formação superior em enfermagem teve início na década de 1990, com o estabelecimento do Instituto Superior de Enfermagem, inicialmente tutelado pelo Ministério da Saúde e mais tarde integrado à Universidade Agostinho Neto.

    Com o fim do conflito armado, registou-se uma expansão significativa da rede de formação de técnicos superiores em instituições públicas e privadas. Desde 2017, foram admitidos 46.705 novos profissionais no sector da saúde, dos quais 27.276 são enfermeiros, representando 46,1% da força de trabalho actual do SNS.

    Para reforçar os cuidados primários de saúde, o Ministério da Saúde, com apoio do Banco Mundial, está a implementar um programa de formação de 38.000 profissionais de saúde, incluindo 3.000 médicos, 9.000 enfermeiros licenciados, 9.000 técnicos de diagnóstico e terapêutica e 4.000 técnicos de regime geral.

    Actualmente, 3.954 enfermeiros estão em formação especializada nas áreas de saúde materna e neonatal, médico-cirúrgica, pediatria e puericultura, saúde comunitária, cuidados intensivos, dermatologia (com ênfase em feridas), infecciologia, e emergências e traumas. Está prevista a abertura de novas especializações.

    O encontro foi considerado pelo Secretário de Estado para a Saúde Pública, como um momento estratégico para partilhar experiências, alinhar práticas e perspectivar melhorias na qualidade dos serviços prestados à população.

    O Ministério da Saúde reafirmou o seu compromisso com a valorização da carreira de enfermagem, reconhecendo o seu papel essencial como pilar da assistência e humanização no sector da saúde. Concluiu.

    Fonte: DCI/MINSA