• MINSA ASSINALA DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A SIDA COM APELO AO REFORÇO DA RESPOSTA NACIONAL AO VIH


    O Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional de Luta contra a Sida (INLS), assinalou nesta segunda-feira, 1 de Dezembro, o Dia Mundial de Luta contra a Sida, sob o lema “Vencer desafios para fortalecer a resposta ao VIH”. A cerimónia central, realizada em Luanda, reforçou o compromisso do país com a inclusão social, a protecção dos direitos humanos e o combate ao estigma enfrentado pelas pessoas que vivem com VIH.

    Em representação da ministra da Saúde, a directora do INLS, Dra. Lúcia Furtado, destacou que a data constitui um momento de “reflexão, solidariedade e esperança”, servindo para honrar as pessoas que vivem com VIH, apoiar famílias afectadas e homenagear aqueles que perderam a vida devido à epidemia.

    Segundo o relatório das Nações Unidas de 10 de Julho de 2025, 40 milhões de pessoas vivem actualmente com VIH no mundo. Em 2024, foram registadas 1,3 milhão de novas infecções e 630 mil mortes relacionadas à sida. A ONU indica ainda que: 87% das pessoas infectadas conhecem o seu estado serológico; 89% recebem tratamento antirretroviral; 93% apresentam carga viral suprimida. As novas infecções diminuíram 39% desde 2010 e as infecções em crianças caíram 76% entre 2010 e 2024.

    A responsável do INLS sublinhou que Angola tem consolidado a sua resposta ao VIH ao longo dos últimos 35 anos, alinhando-se às orientações internacionais e reforçando sucessivamente os seus Planos Estratégicos Nacionais. O país apresenta actualmente uma prevalência estimada de 1,6% (IIMS 2024–2025), uma das mais baixas da África Subsaariana.

    Estima-se que 370 mil pessoas vivam com VIH em Angola. Destas, 71% conhecem o seu estado serológico e 43% estão em tratamento. No que diz respeito à prevenção da transmissão de mãe para filho, a cobertura de tratamento em gestantes atinge 79%, valor acima da média global (76%).

    Apesar dos progressos, a responsável alertou que o alcance da meta 95-95-95 até 2030 depende da superação de desafios como o financiamento limitado, as barreiras culturais e legais, o estigma e a discriminação, além de lacunas no acesso ao diagnóstico e ao tratamento.

    Presente no acto, a directora da ONUSIDA em Angola, Hege Wagan, chamou a atenção para a “grave crise de financiamento” que marca 2025, afirmando que os cortes internacionais ameaçam comprometer décadas de avanços no combate à epidemia. Segundo a responsável, a redução de apoios coloca em risco o trabalho das organizações comunitárias, essenciais na resposta ao VIH.

    Apesar desse cenário, Hege Wagan reconheceu a “resiliência e o compromisso” de Angola, destacando o papel da liderança governamental, das comunidades e de iniciativas inovadoras como a campanha “Uma Geração Livre de Sida até 2030”, liderada pela Primeira-Dama da República, Dra Ana Dias Lourenço.

    A representante defendeu que Angola deve seguir o exemplo de países como Nigéria, Uganda e Tanzânia, que reforçaram o financiamento interno e adoptaram tecnologias de longa duração, incluindo a Lenacapavir, apontada como uma solução com potencial para transformar a prevenção e o tratamento do VIH.

    A celebração do Dia Mundial de Luta contra a Sida ocorre num ano simbólico, marcado pelos 20 anos da criação do INLS e pelos 50 anos da independência de Angola.

    Fonte: DCI/MINSA