O Secretário de Estado para a Área Hospitalar, Leonardo Inocêncio, destacou esta quinta-feira, 4 de Dezembro, em Luanda, os principais avanços e desafios do Sistema Nacional de Saúde, durante a abertura do 1.º Congresso do Complexo de Doenças Cardiopulmonares Dom Alexandre do Nascimento, que celebra quatro anos de existência sob o lema “Ciência, Cuidado e Soberania: 4 anos de excelência hospitalar em 50 anos de Angola independente”.
No seu discurso, o governante recordou que a transformação do antigo Sanatório de Luanda, antes dedicado exclusivamente ao tratamento da tuberculose, teve início após a visita do Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, em 2017. Segundo Inocêncio, a reabilitação e modernização da unidade “marcaram uma viragem histórica no Serviço Nacional de Saúde”, permitindo que o Complexo se tornasse hoje uma referência na formação e capacitação de profissionais, bem como na introdução de técnicas avançadas.
Entre os avanços, destacou cirurgias cardíacas e cardíacas pediátricas, intervenções de neurocirurgia, cuidados neurocríticos, neuronavegação e procedimentos minimamente invasivos. Sublinhou ainda a realização contínua de cirurgias robóticas, assinalando que o país registou um marco histórico ao transmitir uma cirurgia para mais de 17 mil quilómetros de distância, um feito que, segundo o secretário de Estado, posiciona Angola no mapa científico internacional.
Ao abordar os 50 anos do Sector da Saúde, Inocêncio lembrou que, na altura da independência, o país dispunha apenas de 19 médicos e uma infraestrutura hospitalar muito limitada. Realçou que, apesar das crises económicas e dos desafios colocados por epidemias como a febre amarela e a Covid-19, o Plano Nacional de Desenvolvimento 2017-2021 permitiu reforçar a rede sanitária com novas unidades, maior formação de quadros, aumento do financiamento e actualização de instrumentos legais.
Actualmente, informou, Angola conta com 18 hospitais centrais, 23 hospitais gerais, 34 especializados, 172 municipais, 668 centros de saúde e 2.311 postos de saúde. Desde o primeiro mandato presidencial até 2024, foram incorporados 46.705 novos profissionais, incluindo 3.833 médicos formados no país e no exterior, 27.276 enfermeiros e mais de 10 mil técnicos de diagnóstico e terapêutica.
O director do Complexo, Alberto Masseca, destacou, por sua vez, a importância da intervenção presidencial que conduziu à criação do actual hospital. Recordou que a modernização foi possível graças ao apoio de parceiros internacionais e nacionais, como a Azul Energia, o Centro Cardiológico de Monzino (Itália), a Fundação NGana Zenza, a Fundação Jean Martins, o Banco Mundial e instituições do Brasil, Portugal e Cuba.
Inaugurado em Novembro de 2021, o Complexo Hospitalar de Doenças Cardiopulmonares Dom Alexandre do Nascimento formou mais de mil profissionais em quatro anos e alcançou importantes feitos clínicos: a primeira cirurgia robótica do país, a primeira cirurgia robótica de hérnia ivicobiliar, mil cirurgias cardíacas, procedimentos de cateterismo pediátrico para crianças a partir dos seis meses, além de 113.209 consultas externas, 18.957 internamentos, 60.506 atendimentos no banco de urgência e 2.954 actos cirúrgicos.
O congresso decorre com debates técnicos e apresentações científicas sobre os avanços do Sector e o papel do Complexo na modernização dos cuidados cardiopulmonares em Angola.
Fonte: DCI/MINSA