• Íntegra Do Discurso De Abertura, Proferido Por Sua Excelência A Ministra Da Saúde Por Ocasião Do 31º Consultivo Do Minsa


    Excelentíssimos
    Vice-Governadores das Províncias para os Sectores Político, Social e Económico
    presentes neste Conselho Consultivo
    Digníssimo
    Administrador do Município do Soyo
    Digníssimos
    Administradores Municipais
    Digníssimos
    Senhores Representantes das Agências do Sistema das Nações Unidas,
    Representantes de Agências de Cooperação Bilateral e Multilateral e de
    Instituições Internacionais de Financiamento em Angola
    Ilustres
    Convidados e Participantes representando a Sociedade Civil, Organizações Não-Governamentais,
    Instituições Académicas e de Pesquisa, Organismos Profissionais e outros
    Actores da Saúde
    Distintos
    Delegados ao 31º Conselho Consultivo do Ministério da Saúde
    Ilustres
    convidados
    Minhas Senhoras
    e meus Senhores
    Quero começar
    por expressar a minha enorme alegria por realizarmos o mais importante conclave
    do Sector da Saúde neste Município de Sonho.
    Permitam-me,
    pois, que exprima o meu profundo agradecimento a Sua Excelência o Governador da
    Província do Zaire, pelo seu total apoio à realização deste evento, e, em
    particular, ao povo do Município do Soyo, com uma história rica e incontornável
    na luta de libertação do nosso País e que nos oferece a oportunidade de
    discutirmos o futuro que queremos para o País, que é o de estarmos mais
    próximos onde as pessoas nascem, vivem e trabalham.
    Permitam-me,
    igualmente que dirija o meu agradecimento aos Governos Provinciais, às
    Administrações Municipais, aos profissionais do Sector desde as Comunas aos
    Municípios, Províncias, Órgãos Centrais, Sub-sistemas da Saúde das Forças
    Armadas e da Policia Nacional, aos Privados, Organizações Sócio-Profissionais,
    que permitiram a realização do processo de auscultação que contribuirá com
    elementos objectivos para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Nacional
    2023-2027, que será assim sem dúvida fortalecido.
    Seguindo a visão
    estratégica de Sua Excelência, o Presidente da República, estamos comprometidos
    em reforçar e fortalecer a municipalização dos cuidados de saúde primários,
    centrados nas pessoas, que serão sempre a principal referência da nossa
    actuação, reforçando os serviços de proximidade, com profissionais devidamente
    capacitados para a promoção da saúde, a prevenção da doença, o tratamento
    adequado e a reabilitação, visando a melhoria da qualidade de vida da
    população, o que permitirá o alcance dos compromissos nacionais,
    particularmente das metas de saúde para a implementação da Declaração de Luanda
    sobre os Cuidados de Saúde Primários e Imunização, um pacto nacional assumido
    em Junho de 2022, e dos compromissos internacionais, nomeadamente os ODS e
    assim responder às legítimas aspirações dos angolanos
    Excelências,
    Minhas Senhoras
    e Meus Senhores 
    Esse encontro do
    Sector da Saúde seguiu uma metodologia diferente da dos Conselhos Consultivos
    anteriores. Não trouxemos uma receita acabada mas sim o resultado do processo
    de auscultação de todos os actores implicados em assegurar o reforço do Sistema
    Nacional de Saúde, com ênfase nos Cuidados de Saúde Primários, para busca de
    consensos, identificação de desafios para o desenvolvimento e implementação do
    PDN 2023-2027, durante os encontros técnicos provinciais e regionais que
    culminam hoje no 31º Conselho Consultivo.
    Em consequência,
    adoptámos o lema "Cuidados de Saúde Primários Melhorados, Aumento da Qualidade
    de Vida”, para potenciar um Serviço Nacional de Saúde cada vez mais próximo dos
    indivíduos, das famílias e das comunidades, de forma a responder às suas
    necessidades.
    Estou bastante
    satisfeita com o entusiamo e a qualidade dos contributos recolhidos sobre os
    quatro desafios estratégicos, que serão tidos em conta para a elaboração do PDN
    2023-2027, com base nas linhas designadas como essenciais para a melhoria do
    índice de desenvolvimento humano, nomeadamente (i) a Municipalização dos
    Cuidados de Saúde Primários capazes de responder melhor às necessidades da
    população e responder aos desafios demográficos; (ii) Comunicar mais e melhor
    com a população, utentes e instituições; (iii) Garantir o desenvolvimento de
    recursos humanos motivados e comprometidos para satisfação das necessidades da
    população e (iv) Responder ao desafio do financiamento da Saúde. 
    Estou certa de
    que a participação de todos os actores vai contribuir para que tenhamos um
    Plano Nacional de Desenvolvimento nesta legislatura mais inclusivo, com
    programas estruturantes com abordagens inovadoras e integrados por outros
    sectores para aumentar a equidade, aprimorar a comunicação, reduzir as
    assimetrias geográficas, melhor proteger o ambiente e impactar assim na
    melhoria do estado de saúde de todos os angolanos.
    Excelências
    Minhas Senhoras
    e Meus Senhores
    Apesar dos
    desafios enfrentados pelo País desde 2014 com a crise económica, agravada pela
    Pandemia da COVID-19 que ainda vivemos hoje, continuamos a trabalhar para mudar
    a história do nosso Serviço Nacional de Saúde, convertendo-o num Serviço cada
    vez mais equitativo, baseado em alicerces modernos eixos de governação e gestão
    para que, de facto, possamos resolver os problemas do povo, não deixando
    ninguém para trás.
    Durante a última
    legislatura, o Executivo Angolano fez um enorme investimento em
    infra-estruturas no Serviço Nacional de Saúde, aumentando a capacidade
    resolutiva nos três níveis de atenção para responder às necessidades de saúde
    das populações, desde a atenção primária às mais especializadas e complexas
    intervenções. Construímos 172 unidades sanitárias, aumentando o número de camas
    em mais 8.492, contando actualmente com mais de 33 mil camas hospitalares.
    Sabemos que a
    melhoria da cobertura dos serviços de saúde depende da disponibilidade, acesso
    e capacidade dos profissionais de saúde para prestarem cuidados integrados e de
    qualidade, que são a base para se atingir a cobertura universal da saúde.
    Seguindo essa
    lógica, enquadrámos nos serviços públicos 33.093 novos profissionais na
    carreira especial e no regime geral, o que corresponde a um incremento de 35%
    do total da força de trabalho no sector da saúde. Iniciamos o cumprimento de um
    Plano de Formação Especializada das Equipas de Saúde a curto, médio e longo
    prazos, prioridades estas que estão alinhadas que estão alinhadas com a visão
    do Titular do Poder Executivo, para que futuro próximo possamos contar com
    equipas de saúde de família capazes de acompanhar o cidadão ao longo do seu
    ciclo de vida. Estes profissionais são maioritariamente jovens e colocados
    principalmente no nível de atenção primária.
    Foi dedicada uma
    especial atenção à humanização dos serviços de saúde, através da capacitação
    dos técnicos, da revitalização dos gabinetes do utente nas unidades sanitárias
    e do desenvolvimento de uma plataforma digital de humanização hospitalar e
    extra-hospitalar, visando a monitorização dos gabinetes do utente a nível
    nacional e dar resposta aos utentes sobre as suas inquietações.
    A melhoria da
    assistência médica e medicamentosa também foi acompanhada pela melhoria da
    logística com compras agrupadas, através de concurso público, utilizando a
    plataforma electrónica do Ministério das Finanças.
    O investimento
    estruturante realizado no Serviço Nacional de Saúde, reflectiu-se na melhoria
    dos principais indicadores do programa da saúde materno-infantil e nutrição,
    nomeadamente no aumento da cobertura de pré-natal, do parto institucional e da
    redução da mortalidade materna institucional. A campanha Nascer Livre para
    Brilhar permitiu, por seu turno, uma redução significativa da taxa de
    transmissão do VIH de mãe para filho.
    Estamos a
    trabalhar também com o Ministério das Finanças para desenvolver um novo modelo
    de gestão e a mobilizar outras fontes de financiamento que não o Orçamento
    Geral do Estado, com parcerias seguras e, desta forma, criar condições de
    sustentabilidade que permitam garantir melhor atendimento a todos,
    independentemente do seu extrato social, que necessitem de cuidados médicos de
    referência de alta complexidade.
    Excelências,
    Minhas Senhoras
    e Meus Senhores
    Apesar dos
    ganhos enunciados, o PDN para a presente legislatura vai certamente potenciar
    um avanço muito significativo no aumento do acesso aos cuidados de saúde
    primários, oferecendo pacotes integrados de cuidados e serviços para promover a
    saúde, prevenir a doença, garantir o tratamento adequado e oportuno e
    proporcionar processos de reabilitação que respondam eficaz e tempestivamente
    às necessidades da população, diminuindo assim a pressão sobre os níveis
    secundário e terciário de atenção, o que permitirá ao País elevar o Índice de
    Desenvolvimento Humano.
    Vamos continuar
    a trabalhar com o MAT, o MASFAMU e o MINFIN para garantirmos o melhor
    enquadramento dos ADECOS e potencializar a actuação destes junto das
    comunidades e destas com as unidades sanitárias.
    Contudo, para
    que se alcancem os objectivos preconizados impõem-se uma atenção muito
    particular ao desenvolvimento dos nossos recursos humanos e à sua valorização
    pessoal e profissional. Vamos continuar a realizar concursos públicos até 2024,
    para dar resposta ao crescimento da população e ao aumento crescente das
    infra-estruturas.
    Incrementaremos
    o desenvolvimento do capital humano com um aumento das acções de formação,
    capacitação, especialização em áreas prioritárias e o desenvolvimento das
    carreiras dos quadros do sector.
    Precisamos
    também de promover uma maior responsabilidade dos profissionais de saúde no
    exercício das suas funções, enfatizando a importância de uma melhor comunicação
    entre si e com os pacientes, tratando os doentes com mais amor e humanismo.
    Aproveito para realçar igualmente que daremos uma atenção especial à comunicação
    entre as instituições para uma melhor coordenação do sistema para a optimização
    de recursos e da resposta.
    Gostaria ainda
    enfatizar que está em curso o trabalho com o MINFIN para o desenvolvimento da
    reforma do sistema de financiamento da saúde para melhorar a afectação de
    recursos ao sector, explorando mecanismos de financiamento inovadores, visando
    o alcance da cobertura universal de saúde e aumentando a protecção financeira
    de todos angolanos no acesso aos serviços de saúde como um passo determinante
    para o desenvolvimento sustentável de Angola.
    Vamos trabalhar
    para que num futuro próximo estejam de facto a ser implementados os Contratos
    Programas, por um lado e por outro lado continuamos a apelar à melhoria da
    qualidade de despesa, actualizando e expandindo a Ferramenta de Planificação,
    Orçamentação, Monitorização (FPOM) a todos os níveis administrativos de saúde e
    de serviços de saúde que irá contribuir para uma melhor gestão do sector.
    Aproveito para
    relembrar aos Vice-Governadores, Administradores Municipais, Directores dos
    Gabinetes Provinciais de Saúde e Directores Municipais de Saúde para acelerarem
    a elaboração e publicação dos estatutos orgânicos das vossas unidades
    sanitárias do primeiro e segundo nível de atenção, que são da vossa responsabilidade
    administrativa e que devem ser publicados ainda no trimestre de 2023. Só desta
    forma terão garantido orçamento para cada uma das vossas unidades de forma a
    garantir melhor desempenho e autonomia.
     Não posso
    terminar sem agradecer à Senhora Vice-Ministra da Saúde da Namíbia nossa irmã
    Muinjangue, por ter acedido ao nosso convite e por dar-nos a oportunidade de
    ouvi-la durante o nosso conselho em que trará as experiências da saúde que
    seguramente enriquecerão a nossa visão. 
    Quero também
    agradecer a todos os parceiros de desenvolvimento que nos tem apoiado em vários
    domínios do Sector.
    Para terminar,
    gostaria de exprimir o meu desejo de que em conjunto façamos todos ainda mais e
    melhor pelo bem-estar dos angolanos.
    Declaro aberto o
    31º Conselho Consultivo do MINSA.
    Muito obrigada
    Tutondele!